5 jogadores de futebol que chocaram o mundo com problemas cardíacos
No futebol, o brilho dos gramados muitas vezes ofusca o drama que pode estar por trás de cada jogador: batalhas invisíveis travadas dentro do próprio corpo. Problemas cardíacos em atletas, especialmente no futebol, não só assustam torcedores como também levantam debates sobre saúde, exames médicos periódicos, prontidão de atendimento em campo e os riscos reais de vida. Mesmo jogadores aparentemente fortes e saudáveis não estão imunes a essas condições — e alguns casos se tornaram emblemáticos por sua gravidade.
Entre os exemplos mais impactantes, destacam-se atletas que tiveram arritmias graves, colapsos em campo ou precisaram interromper ou encerrar prematuramente suas carreiras. Esses episódios servem como alerta para clubes, dirigentes e profissionais de saúde sobre a importância do monitoramento cardiológico, especialmente em esportes de alta performance.
Este artigo reúne cinco casos marcantes no futebol recente: Saulo Mineiro, Washington “Coração Valente”, Oscar (São Paulo), Sergio Agüero e Juan Izquierdo. Cada trajetória é única, e juntos esses jogadores mostram que a paixão pelo jogo pode esbarrar em limites humanos, exigindo coragem, resiliência ou, em tragédias, deixando lições dolorosas para o esporte.
Os 5 Jogadores com Problemas Cardíacos que Assustaram o Futebol
1. Saulo Mineiro
- Quem é: atacante brasileiro, atualmente no Ceará.
- Problema cardíaco: Saulo revelou que desde os 14 anos foi diagnosticado com uma alteração rara na condução elétrica do coração.
- Ele passou por procedimentos cirúrgicos para corrigir a arritmia em 2020, fazendo mais de 20 exames ao longo de vários anos.
- Após sua recuperação, tornou-se símbolo de superação: a torcida do Ceará adotou o apelido de “Coração Valente” para ele.
- Em entrevista, Saulo disse que “o coração que antes batia descompassado … agora bate no ritmo certo”, destacando o vínculo emocional com o clube e os torcedores.
- Também recebeu homenagens por participar de ações de conscientização sobre saúde cardíaca.
2. Washington “Coração Valente”
- Quem é: ex-jogador brasileiro, com passagens por Atlético Paranaense, Fluminense, Santos, entre outros.
- Problema cardíaco: aos 27 anos, foi diagnosticado com obstrução de 90% em uma artéria; precisou de stent.
- Apesar da gravidade, conseguiu retornar aos gramados depois de tratamento e superação.
- Sua volta ao futebol rendeu-lhe o apelido “Coração Valente”, justamente como símbolo de coragem e resiliência.
- Washington ressaltou que o episódio mudou sua visão de vida, levando-o a valorizar mais a profissão e os momentos dentro e fora de campo.
3. Oscar (São Paulo)
- Quem é: Oscar Emboaba, meia brasileiro, atualmente no São Paulo FC.
- Problema cardíaco: recentemente, Oscar sofreu uma “intercorrência com alterações cardiológicas” durante um teste de esforço, chegando a desmaiar.
- De acordo com seu clube, ele foi encaminhado ao Hospital Israelita Albert Einstein e está estável.
- O diagnóstico inicial sugere arritmia, embora exames adicionais sejam necessários para entender a origem do problema.
- Em suas redes sociais, Oscar publicou uma mensagem de otimismo: “vai ficar tudo bem, se Deus quiser.”
- A situação levanta dúvidas sobre o futuro de sua carreira, com a possibilidade de aposentadoria dependendo dos laudos médicos.
4. Sergio Agüero
- Quem é: Sergio “Kun” Agüero, ex-atacante argentino, ídolo do Manchester City e Barcelona.
- Problema cardíaco: em outubro de 2021, durante partida pelo Barcelona, Agüero sentiu dores no peito e foi hospitalizado após exames apontarem uma arritmia cardíaca.
- Após avaliações médicas, ele decidiu se aposentar aos 33 anos por recomendação dos médicos, priorizando sua saúde. UOL Notícias
- Em entrevista, admitiu que tomar essa decisão foi uma das mais difíceis de sua vida, mas afirmou que precisava preservar sua saúde.
- Ele comentou depois em live que, se tentasse voltar a jogar, seu coração “já não funciona mais do mesmo jeito”.
- Especialistas explicaram que arritmia é uma desordem no ritmo cardíaco que pode se agravar com esforço físico intenso, e em seu caso foi considerada grave. ge
5. Juan Izquierdo
- Quem foi: zagueiro uruguaio, atuava pelo Nacional (Uruguai).
- Tragédia em campo: no dia 22 de agosto de 2024, Izquierdo colapsou no gramado durante uma partida da Copa Libertadores contra o São Paulo.
- Foi levado ao Hospital Albert Einstein, mas os exames apontaram arritmia cardíaca.
- Após cinco dias internado, ele morreu em 27 de agosto por “parada cardiorrespiratória associada à arritmia cardíaca”.
- A mãe de Izquierdo afirmou que ele havia sido infectado por um vírus, que teria comprometido seu coração sob esforço físico intenso. Wikipedia
- Sua morte causou profunda comoção: ligas do Uruguai chegaram a suspender rodadas, e jogadores do São Paulo foram às redes com mensagens de apoio.
Tabela Comparativa dos Casos
| Jogador | Condição Cardíaca | Desfecho / Situação Atual |
|---|---|---|
| Saulo Mineiro | Alteração na condução elétrica (arritmia) | Cirurgia, correção, voltou a jogar |
| Washington “Coração Valente” | Obstrução arterial (90%) + stent | Superação, retorno e recorde de gols |
| Oscar (São Paulo) | Alteração cardíaca em teste de esforço (possível arritmia) | Internamento, exames, futuro incerto |
| Sergio Agüero | Arritmia diagnosticada em jogo | Aposentado por recomendação médica |
| Juan Izquierdo | Arritmia grave | Colapsou em campo e faleceu após parada cardiorrespiratória |
Reflexões e Impacto no Futebol
Os casos desses cinco jogadores revelam como o futebol de alto rendimento convive com riscos reais e por vezes silenciosos. Enquanto alguns – como Saulo Mineiro e Washington – conseguiram dar a volta por cima, outros, como Agüero, foram forçados a se afastar por precaução médica, e tragédias como a de Izquierdo expõem a fragilidade da saúde mesmo em atletas jovens e aparentemente saudáveis.
Esses episódios devem servir como alerta para clubes implementarem políticas mais rígidas de monitoramento cardíaco, inclusive com exames periódicos, planos de ação imediata para emergências médicas (desfibriladores, equipes de resgate) e suporte psicológico para atletas que enfrentam o trauma físico e emocional de lidar com uma condição que pode ameaçar suas vidas e suas carreiras.
Além disso, a repercussão pública desses casos pode ajudar a desestigmatizar doenças cardíacas em atletas e a conscientizar torcedores e jovens jogadores sobre a importância de checar sua saúde regularmente — dentro e fora do campo.